sábado, 22 de agosto de 2009

História de amor (parte 1)


Hoje eu começo a contar a história da Paloma. Sua mãe era uma bonita égua alazã recolhida nas ruas de Taubaté pelo Centro de Controle de Zoonoses, onde eu trabalhava, estava grávida, porém tinha um grave problema na perna. Na gravidez o peso era demais para sua situação locomotora, mas a potrinha nasceu. As duas passaram por várias dificuldades, pois não havia espaço, o chão era todo elameado, a disputa por alimento era feroz, e o pior eram os leilões, nos quais os animais eram arrematados para trabalhar em carroças na cidade, por pessoas que entendem o animal como um objecto de posse. Pelo problema de saúde da mãe, as duas nunca foram a leilão. O CCZ mudou para um local melhor, havia pastagem e espaço, mas ainda muitos cavalos, até porque evitáva-mos os leilões por sermos contra essa prática tão inescrupulosa. Mãe e filha tiveram momentos de muita felicidade. Um ano e meio depois do nascimento da Paloma, sua mãe ficou gravemente doente. Estava muito difícil para ela, já não conseguia se locomover. Tratamos com analgésicos pelo tempo possível, soro, vitaminas e ela já não conseguia mais levantar. Morreu. Como todo filhote, Paloma era muito apegada à mãe, ficou muito triste, deprimida e adoeceu. Esse foi um período em que eram poucos funcionários e somente eu de veterinária para cuidar dos mais de 400 animais que abrigávamos. Quando me dei conta, ela estava quase morta. Me dediquei ao máximo para recuperá-la, ninguém acreditava. Pneumonia, fraqueza, tristeza. O Walmir, funcionário do CCZ, me ajudou muito. Foi um processo demorado, quando ela melhorou e começava a se fortalecer, em um ímpeto de potrinha quis correr e acabou caindo e se ferindo em um mourão, fraturou os ossos do fronte e cortou-se. Mais cuidados. Muitos cuidados. Essa é uma foto da época em que ela começou a melhorar. A Doutora Rita Garcia está junto com ela em em um dia que visitou o CCZ.
(continua depois)

Um comentário:

Karime disse...

Estou adorando. Siga em frente.
EMS.